Dicas para DJs

Faça seu mixer ser um aliado

Para alguns, um simples misturador de canais, para outros, uma poderosa ferramenta. Esse aparelho, muitas vezes despercebido, pode transformar a apresentação de um DJ, seja positivamente ou negativamente.

Muitas marcas e modelos de mixers são encontrados no mercado, de diversos níveis de qualidade, cada um com suas funcionalidades de acordo com a finalidade. Existem aparelhos analógicos e digitais, destinados a performances, batalhas, efeitos, compatíveis com softwares controladores, etc.

Muitos DJs tem dúvidas ao adquirir um mixer. Porém uma dica importante é identificar para qual aplicação (finalidade) o aparelho será mais utilizado. O que adianta, por exemplo, comprar um modelo mais sofisticado e caro que possua um recurso que o DJ não tem expectativa ou habilidade para utilizá-lo? O que é percebido em alguns casos é exatamente isso, ou seja, há um desprendimento financeiro alto para aquisição de recursos que são pouco ou nunca acionados.

Outro fator que deve ser avaliado é a criatividade do profissional, pois ter um equipamento mais avançado não é garantia de sucesso. Em vários casos presenciamos grandes apresentações de DJs que utilizam mixers simples, porém o diferencial é que eles conseguem extrair tudo dos recursos disponíveis a partir da criatividade. Entretanto, existem casos em que profissionais exageram nos efeitos e recursos de um aparelho superior e acabam impactando negativamente a sua atuação, a tornando previsível, descompassada e “suja”.

Além dos recursos que um mixer pode oferecer, há de considerar o uso correto dos indicadores e controles desse tipo de aparelho. Não é difícil encontrar profissionais que não sabem interpretar os indicadores como VUs e displays e nem as unidades de medição mais utilizadas como dBs e beats. A partir do próximo parágrafo serão descritas algumas dicas simples que podem melhorar a qualidade do áudio e também da sua apresentação.

O primeiro erro comum detectado no uso de aparelhos misturadores é o nível do áudio, ora insuficiente, ora excessivo. A unidade de medição para essa finalidade é o decibéis, sigla dB. Geralmente, em sonorização de festas e eventos, o nível de saída padrão esperada para mixers ou mesas de som é 0 dB, o que normalmente equivale ao nível máximo de som no ambiente. O DJ deve ajustar a saída do seu aparelho para entregar à mesa principal um nível entre 0 e +2 dB. Para tanto, cada canal do mixer também não deve ultrapassar esse limite. É comum encontrarmos DJs utilizando sinais acima de +6 dB, o que pode comprometer a qualidade do áudio por “deformar” a onda sonora e distorcer o som. A tarefa de ajustar o volume e qualidade do som reproduzido pelas caixas acústicas é do técnico de áudio, que o fará a partir de pré-amplificadores, mesas e equalizadores, visto que as potências necessitam de valores da ordem de vários decibéis.

Um erro também bastante comum é o ajuste indiscriminado dos controles de equalização dos canais de um mixer, geralmente o seu reforço. Esses controles existem para um ajuste “fino” em casos que as músicas estejam com alguma deficiência, ou seja, falta/excesso de agudos, médios ou graves. Um ajuste importante durante a mixagem de músicas é o equilíbrio de graves, que evita o estouro do limite de +2 dB no canal de saída. Não é incomum perceber profissionais que reforçam demais esses controles de equalização para tentarem melhorar/aumentar o som geral do ambiente, responsabilidade que é do técnico de áudio. O técnico é que deve aumentar o áudio de acordo com o número de pessoas no ambiente e horário do evento. Esse ajuste deve ser realizado em aparelhos específicos como pré-amplificadores, equalizadores e crossovers e não pelo mixer.

O último, porém não menos importante, é a aplicação de efeitos sem a preocupação com o nível de sinal de áudio final. Muitas vezes o profissional não dosa o efeito e o torna mais alto que o próprio áudio original, podendo também executá-lo exageradamente, causando um desconforto e também ultrapassando os limites da saída do aparelho. Isso torna a apresentação cansativa e intolerável.

Com essas dicas pretende-se que os DJs possam dar valor não apenas ao repertório musical, mas também à qualidade do áudio que será reproduzido aos seus ouvintes. São instruções simples, mas que podem influenciar consideravelmente o resultado da sua apresentação.

CleverDJ

06 de janeiro de 2013

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